pipo69

Um blogue que acompanha um novo percurso múltiplo de diversas dimensões anónimo, indolor, incolor

terça-feira, dezembro 30, 2008

Militas

" ´A rational army,` said Montesquieu, ´would run away.` And so, if we accept that self-preservation is the ultimate expression of rationality, we must agree it would."

John Keegan, The Face of Command, p. 329.

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Part V

As departement stores a debitar sem fim todas as variáveis existentes das músicas de Natal – um desespero para conseguir vender tudo – o equivalente de um stock market crash mas em bens de consumo, na realidade todo um estilo de vida em saldo, em liquidação total. E finalmente se começa a perceber que ainda estamos no início. Quando se começa a agradecer aos turistas [não terem anulado as reservas] é porque algo corre nas veias desta sociedade. Pelo canto do olho se toma o pulso da ansiedade que tomou conta desta porta para a Grande Casa.
O mais inquietante é que as medidas propostas são baseadas em suposições de um mercado que já não existe. Estamos numa fase que nas guerras se chama anacronismo tecnológico, um dos lados luta com armas que já não fazem sentido, que já não produzem resultados [positivos]. O problema é que não se encontra vislumbre das armas que temos pela frente. O futuro do nosso sistema encontra-se por detrás de uma colina, ainda é só um rumor de [novos meios de] destruição mas terá de haver algo por detrás desse ruído ensurdecedor. Mas também quem é que sobrevive ao colapso do sistema financeiro? Pelos vistos toda a gente, pois pelo menos uma vez por geração torna-se necessário sofrer e pelo menos ainda não andamos com malas cheias de notas.
A duplicação dos espaços cria uma sensação de continuidade. [Apenas isso e nada mais].

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segunda-feira, dezembro 29, 2008

Musica do Dia

Kalemba (Wenge Wenge) [Reso's Aguardente mix] - Buraka Som Sistema - Sound Of Kuduro Remix EP - 2008

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Part IV

Depois a eterna dúvida acerca do génio americano. Existe ou é apenas a soma de milhares e milhões de vontades individuais. Como sociedade carismática que é fundada numa sucessão de paternalismos auto-impostos desde o rei de inglaterra ao rei do texas. E como todas as sociedades carismáticas têm uma difícil relação entre a vontade individual e a colectiva, as fronteiras de uma pertença social e os desvios entre o arbítrio externo e a vontade própria. Como dizia o chefe dos chefes da inteligência o problema é passa a informação, é a maneira doentia como se pretende distinguir a realidade – nós e eles – torna mais difícil combater o inimigo interno. Um bocadinho como roma antes do fim. Primeiro recrutá-los, depois assimilá-los e finalmente quando a identidade já não for nada perecer ás mãos daqueles que procuraram refugio no sonho. As sociedades não sobrevivem sem mistura mas têm de sacrificar a sua identidade no decorrer do processo. Irreversivelmente e sem retorno. Porque NY é a terra dos clichés profundos, metáforas universais de um microcosmo aberto para si mesmo – tudo é grande mas estamos sempre numa ilha – apesar de apenas á beira da água se perceber mesmo isso. NY é a sua própria medida confluindo tudo para Manhattan apesar de ser em Manhattan que as coisas se tornam [metaforicamente e] fisicamente finitas. Porque para além da multiplicidade de realidades esquina a esquina ainda há 100 canais na televisão. Janelas para a américa real – dos redneck e do accent do Midwest, das MILF de OC e daquela Meca distante que é Hollywood. São esses os dois pólos desta massa civilizacional.

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Parelhas Metropolitanas

Batatas Fritas – NY – 2008
Mapas e Guias – Paris - 1998

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Part III

Parece um filme, conversa de advogado na mesa ao lado, quantificações de paralisia cerebral, acidentes laborais e indemnizações milionárias em proporções de $25.000 e terços para a frente e para trás. Tipo Erin Brokowitz num slang NY perfeito dos filmes e um “arguido” de sotaque centro-europeu. A parte mais bonita de um sonho podre. Conversa cheia de se’s e de sonhos de riqueza rápida e sem consciência, para cabeças que repousam em almofadas de penas. Tal como os mastros sem bandeiras da UN, prova inequívoca de que certos ideais estão fugidos para outras paragens não presentes neste espaço. Mesmo assim o embaixador á UN é apresentado como se fosse um secretário de estado. Mera retórica dos maiores devedores ou mera manutenção de um status quo que lhes permite legitimar as acções políticas. Será que quando a China controlar o CS as UN vão ser usadas e respeitadas nas mesmas legitimações que nos 60 anos de paradigma ocidental?
Plataformas circulantes, como todas as sociedades industriais o seu ponto de rotura encontra-se proporcionalmente ligado á necessidade de acomodar mais pessoas. Em Lx passou por usar 6 carruagens e cortar na parede mais cais, ou pelo ridículo acrescento [nos comboios] do rossio. Aqui passa por inventar umas placas amovíveis que permitem usar blnd spot’s do cais para acomodar mais umas centenas de passageiros. São das invenções mais perigosas já realizadas mas já ninguém as olha com atenção na vai-vém das composições. Apenas as faíscas das carruagens a tocar no aço nos lembram do génio humano. A relação com o rio é muito parecida com a de Lisboa. Margens físicas e sem contacto – espaços diferentes/fronteiras concretas entre os espaços sociais e humanos. Nada a haver com a realidade partilhada de uma Londres ou Paris.
O rio é em si uma porta (entrada-saída) e não um ponto de passagem. As diferenças são essencialmente na relação entre as margens, de interdependente para complementar. A ligação é estabelecida numa relação independente não se potenciando sinergias mas alimentando-se os dois espaços em paralelo. A fronteira assume nestes casos uma concordância espacial e simbólica que potencia uma distinção. A fronteira passa a ser não só a barreira simbólica que divide e contêm mas também a realidade física que impossibilita a relação multi-dimensional entre as diferentes comunidades e diferentes espaços.

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domingo, dezembro 28, 2008



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quinta-feira, dezembro 25, 2008

Prenda de Natal

A SIBS, empresa que gere o multibanco, revela que nas últimas três semanas, entre compras e levantamentos, os portugueses gastaram cerca de menos 57 milhões de euros do que no ano passado.
@RCP

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domingo, dezembro 21, 2008

Plano Quinquenal

"O emprego excessivo e absorvente da inteligência, o abuso da sinceridade, o escrúpulo da justiça, a preocupação da análise, que nada aceita como se pudesse ser o que se mostra, são qualidades que poderão um dia tornar-me notável; privam, porém de toda a espécie de elegância porque não permitem nenhuma ilusão de felicidade."
F. Pessoa

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Musica do Dia

King of NY - Dan The Automator - A Much Better Tomorrow - 2001

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Conversa de Balneário

- Ou eu ou ele; diz o 31 do 78.
E com razão.

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sexta-feira, dezembro 19, 2008

Musica do Dia

Slow Down [Pete Rock’s Newromix] – Brand Nubian – The Very Best of Brand Nubian - 2001

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Part II

Não há noite, apenas o cansaço das pernas, há sempre luz – ligada a um qualquer quadro eléctrico prestes a rebentar. Mas não, continua-se a fazer compras e a comer hamburgers e cappucinos a noite toda. A cidade nunca dorme porque tem de se pagar a si própria é um eterno retorno esquizofrénico capitalista. A fotocópia original de um modelo disseminado pelo hemisfério norte, mal e porcamente copiado. Porque aqui as fronteiras não são espaços físicos, são sentidos impostos externamente, é passar da osmose para o foreign body. Tudo uma questão de diluição nas vizinhanças em que nos encontramos. Basta saltar umas estações e já somos um metro quadrado de espaço [ocupado] no passeio.
Depois de partilhar um espaço perfeito e um espaço prostituto. A diferença entre o Met e o Gugg é mesmo essa, volumetrias á parte. Há apenas um sentimento associado ao Gugg que é a perfeição. Avançando pelo espaço apenas, sente-se a força de um sentimento total que envolve o corpo e o espírito. No Met pelo contrário avança-se por um excesso de novo dinheiro, de novo riquismo, de procura [da construção] de um passado que não existe. A acumulação de coisas vais ser o ponto de partida numa construção de uma imagem de uma nova Europa no novo Mundo.

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Parelhas Caminhantes

Chiado – 1987
NY – WTC - 2001

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Part I

Noite – bombeiros, policias e táxis. Apenas um burburinho dos pés na água. O frio e a água numa passagem para Penn St. Depois o sol, o caminhar ao vento e perceber as diferenças, os gorros, os protectores de orelhas, aqueles acessórios tão (a)estéticos. Caminho para lá, passo pelo grande buraco sem perceber. Mas depois paro e vejo que não é como no cinema. Há mesmo alguma pena, não pelo símbolo mas pelo quotidiano. Não é esse que fica para a História – realidade amoral – mas é esse que sofre as agruras de um tempo real. 2001 – Ano novo para todos nós deste lado.
Os pathways são percursos de esquecimento, permitem isolar o Homem do espaço que o rodeia, despir numa parede de ferro pintado todo o significado do que nos rodeia [ou rodeou]. São também percursos indolores pois permitem franquear certas fronteiras simbólicas pelo ar, sem tocar, sem sentir, sem cheirar os corpos mortos que ocupam “também” aquele espaço. Porque acima de tudo o que os vivos fazem é ocupar esse espaço físico do seu quotidiano com um conjunto de memórias construídas não do quotidiano mas sim de imagens desse quotidiano.
Ao avançar no ferry para uma liberdade de ferro e cobre, farol incapaz de iluminar as suas próprias trevas e saltar da sua própria sombra para o purgatório do sucesso, de uma entrada no paraíso terrestre, o paternalismo evidente da cultura carismática que sempre guiou esta nação. Podem vir mas só enquanto quisermos, projecto apocalíptico de eden terrestre, de ilusão (a)histórica do destino humano concretizado numa nova realidade [imaginária].
Mas depois os vícios são os mesmos mimetados de um passado sonhado, quotidianos amarrados a uma aldeia italiana, uma cottage inglesa, um pogrom judeu como mítica fundadora. Que tipo de realidade nasce de grupos sociais que se deslocam para fugir? As sociedades do Novo Mundo são em si reportórios imagéticos das suas antecessoras, diluídas num confronto diário com o quotidiano. Só assim se justifica como os ghettos são o pior de dois mundos e que as suas manifestações sejam as mais originais.

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terça-feira, dezembro 16, 2008

Sem Páginas #81

Título - A Insustentável Leveza do Ser
Autor - Milan Kundera
Edição - Dom Quixote - 2002

No ínicio apenas a vontade de ler outra coisa, fugir aos livros que estão por ler. Depois uma viagem, a necessidade de ocupar um tempo pesado e sem fuga. Depois uma viagem de comboio e um capítulo completo sobre o confronto entre o novo e o velho mundo. Finalmente a consciência de uma inevitabilidade no sucesso de um texto que terá de ser sempre assim. Súmula escolástica dos preconceitos europeus. Isto tudo no umbigo do universo ocidental, cidade total de todos os nossos preconceitos. Apenas isso - imagem de um espelho á maneira de Alice.

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terça-feira, dezembro 09, 2008

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