pipo69

Um blogue que acompanha um novo percurso múltiplo de diversas dimensões anónimo, indolor, incolor

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Part III

Parece um filme, conversa de advogado na mesa ao lado, quantificações de paralisia cerebral, acidentes laborais e indemnizações milionárias em proporções de $25.000 e terços para a frente e para trás. Tipo Erin Brokowitz num slang NY perfeito dos filmes e um “arguido” de sotaque centro-europeu. A parte mais bonita de um sonho podre. Conversa cheia de se’s e de sonhos de riqueza rápida e sem consciência, para cabeças que repousam em almofadas de penas. Tal como os mastros sem bandeiras da UN, prova inequívoca de que certos ideais estão fugidos para outras paragens não presentes neste espaço. Mesmo assim o embaixador á UN é apresentado como se fosse um secretário de estado. Mera retórica dos maiores devedores ou mera manutenção de um status quo que lhes permite legitimar as acções políticas. Será que quando a China controlar o CS as UN vão ser usadas e respeitadas nas mesmas legitimações que nos 60 anos de paradigma ocidental?
Plataformas circulantes, como todas as sociedades industriais o seu ponto de rotura encontra-se proporcionalmente ligado á necessidade de acomodar mais pessoas. Em Lx passou por usar 6 carruagens e cortar na parede mais cais, ou pelo ridículo acrescento [nos comboios] do rossio. Aqui passa por inventar umas placas amovíveis que permitem usar blnd spot’s do cais para acomodar mais umas centenas de passageiros. São das invenções mais perigosas já realizadas mas já ninguém as olha com atenção na vai-vém das composições. Apenas as faíscas das carruagens a tocar no aço nos lembram do génio humano. A relação com o rio é muito parecida com a de Lisboa. Margens físicas e sem contacto – espaços diferentes/fronteiras concretas entre os espaços sociais e humanos. Nada a haver com a realidade partilhada de uma Londres ou Paris.
O rio é em si uma porta (entrada-saída) e não um ponto de passagem. As diferenças são essencialmente na relação entre as margens, de interdependente para complementar. A ligação é estabelecida numa relação independente não se potenciando sinergias mas alimentando-se os dois espaços em paralelo. A fronteira assume nestes casos uma concordância espacial e simbólica que potencia uma distinção. A fronteira passa a ser não só a barreira simbólica que divide e contêm mas também a realidade física que impossibilita a relação multi-dimensional entre as diferentes comunidades e diferentes espaços.

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