quarta-feira, novembro 30, 2005
Parelhas Musicais
Black Steel - Public Enemy - It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back - 1988
- Tricky - Maxinquaye - 1995
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terça-feira, novembro 29, 2005
Sem Páginas #4
Título - Encontro de Amor num País em Guerra
Autor - Luis Sepúlveda
Edição - Asa - 2004
Foi uma leitura adiada. Não uma primeira escolha, fruto de uma prenda de Natal desembrulhada quase quando entramos numa nova quadra.
A qualidade é discutivel, o texto soa sempre a muito certo. As palavras certas, os finais certos, os temas certos. Mas sendo uma recolha de textos dispersos e de épocas criativas completamente diferentes é apenas normal a desigualdade.
Marcado pelos fantasmas habituais de um escritor sul-americano, é nos textos em que se explora mais o índividuo em vez do conto tipificado (com personagens tipificadas) que se liberta. Reconhecem-se nos textos sobre amores perdidos ou nunca encontrados uma riqueza muito grande na descrição do sentir (interior e exterior) do personagem.
O condicionamento histórico encontra-se enraizado na "vida" destes contos. Desde os anarcas, passando pelos comunistas da Républica Espanhola, paisagens de Praga, fugas precipitadas. Sente-se o presente marcado pela perseguição feita pelos regimes de direita que enxemearam a América Latina. Porque basta olhar para a fotografia da Junta chilena (ou outra qualquer) para sentir até que ponto foi uma época assustadora. E nem era preciso mencionar (mas vou fazê-lo) a imagem do Spínola à frente da Junta de Salvação Nacional. E só se passaram 30 anos.
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sábado, novembro 26, 2005
20 em 20
Não existe mitificação que sobreviva à realidade do tempo.
Antes do 11 de Setembro de 2001, a data já era memorável, isto é, já continha em si uma carga valorativa que ultrapassa a passagem do dia no calendário. Associada a um acontecimento, associada a factos, história portanto.
O homem dos subornos nas botas de montar ou o modo como a real politik pode ser mesmo feia. Porque apesar de tudo não sou um idealista que pensa que a realidade social consegue sobreviver com alguma "ordem" sem um equilibrio cinzento desconhecido da maior parte dessa mesma sociedade.
As duas imagens representam exemplos tipificados de maniqueísmos extremos. Branco e Negro. Como a vida não é, mas no que a vida por vezes se torna. Final nos extremos que se tocam.
19 de 20
"Desta maneira, meu general, todos aqueles episódios de hetacombe ficaram desterrados da memória imediata por obra e graça dos historiadores oficiais, escrivãos de labita que faziam desaparecer as inscrições paroquiais, de tal maneira que, ó mulher, mas de que porra de morto é que me estás tu a falar? Se nunca nasceu, mal pode então ter falecido, mulher, são boatos inventados pelos traidores à pátria [...]"
(Luis Sepúlveda, Encontro de Amor num País em Guerra)
16 de 20
Feminism is Evil
Feminism is hurting men and women. Women are forced by social pressure into careers they don't want. Men don't want the promiscuous and masculine-acting women. Everyone works and birth rates are crashing in America. I believe feminism is killing America and there is no way to stop it. In the absence of a return to traditional relationship norms, I believe men and women should remain single and have as few children as possible.
http://antifeministblog.blogspot.com
Porque as opiniões são como as vaginas (ou os rabos). Toda a gente tem uma mas só a dá quando quer. E às vezes mais valia ficar calado.
13 de 20
Passei o tempo todo a rippar cd's que ainda não tenho em mp3.
A tecnologia serve para muitas coisas, disponibiliza uma quantidade astronómica de informação (por vezes em excesso) mas que iria exigir ao comum dos mortais muito trabalho.
Não nos podemos mesmo queixar, vivemos numa época de transformação. O acesso a qualquer tipo de informação encontra-se (mesmo) na ponta dos dedos. Compreende-se facilmente o modo como a ONU pretende implementar programas como o do computador de 100 dólares.
Mas isso não impede que se continue a morrer de fome, numa maioria de paises. E isto sem falar da pandemia de SIDA que se desenvolve em África. Porque há cenários básicos a resolver antes.
Prioridades.
12 de 20
Taboo - Nusrat Fateh Ali Khan & Peter Gabriel - OST Natural Born Killers - 1994
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sexta-feira, novembro 25, 2005
Minutos de Musica
No verão de 2003, ano muito confuso estive duas vezes em passeio pela Europa.
Como sempre faço levei o pocket money para comida e vícios, os poucos.
Se for possivel tento sempre conseguir juntar cerca de 100€ para gastar em cultura, musica e livros. Nesse ano tive de fazer uma escolha, e só hoje passados mais de dois anos fui apanhado pela escolha. Devido aos obscenos preços dos CD's de importação, mesmo em Paris é possivel gastar 25€ num simples CD. E a escolha era entre o Diminishing Returns do Dj Shadow e o Spin Psychle do Mix MasterMike. Não me arrependi da escolha mas valeu a pena esperar 2 anos.
E o tempo passou por mim. E eu já não sou o mesmo. Mas a música continua excelente.
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quinta-feira, novembro 24, 2005
Cem Palavras
Não são cem palavras, mas orgulho-me de ter conseguido chegar a este número. Passar a três digitos, subir a parada ás centenas. Num dia muito especial, apesar de muito desgastante.
Mas recompensador para um pequeno ego (o espanhol que todos trazemos dentro de nós!) como o meu.
Num dia de satizfação tão comezinha, fica bem não me preocupar com mais nada. Por isso só pego nas papeladas amanha de manhã e se me apetecer. Que para a semana a estória é outra.
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quarta-feira, novembro 23, 2005
Básico
Hoje foi claramente um dia em que provei a mim próprio, o muito perto que estou dos meus instintos primários. Mais básico do que sentir imensamente algo que só a mim me afecta e que é ignorada pelo resto do mundo é dificil. Porque no fim do dia foi isso que ganhei para moi même.
E chega, o que é claramente irracional. Por mais "monólogos cerebrais" que se fazem por si mesmo, é nos níveis básicos que a nossa verdadeira satizfação se produz.
Quimicamente, eletricamente em sinapses mágicas de material encefálico que a sociedade faz por adormecer. Porque seremos sempre carne, como alguém uma vez me disse. E fomos.
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terça-feira, novembro 22, 2005
Frames de Carne
Talvez o único aspecto que me desiludio na leitura de "A náusea" foi o modo como se desenvolveu a personagem do Autodidacta. Preso em algo que não se percebe muito bem o consegue manter na normalidade, finaliza-se a personagem num desvio de pecado. O carácter poético do humanismo deste desiludido da vida é traído pela sua fraqueza, pela fraqueza da carne.
Mas é nos filmes que mais se sofre com a muleta do desvio, do pecado, da facilidade que a carne, qual deus ex machina entra na narrativa.
Talvez o exemplo menos subtil seja a parte final do Ken Park (Larry Clark - 2002) em que o pathos une as três personagens numa orgia de carne, sem sentido? com propósito? muito longe da cena de violação com que finaliza o Kids (Larry Clark - 1995) esse sim um verdadeiro final dramático.
Mas também encontrei recentemente um exemplo de preconceito bacoco nos Edukadores (Hans Weingartner - 2004), quando o revolucionário feito burguês que se encontra aprisionado conta o seu passado. Os sonhos que a comunidade (6 pessoas) partilhavam e que ele revê, agora do outro lado da barricada. Mas rísivel é o modo como ele descreve as diversas relações afectivas entre eles: as mulheres rodaram a todos os homens e entre si, mas os homens não. Afinal a geração era a favor da liberdade e da revolta mas levar no rabo é que não. Porque os pais podiam não gostar.
Vindo de uma geração que perdeu a virgindade com as prostitutas "amigas" do pai poderá rapidamente desconstruir-se a imagem que nos querem vender da pureza dos anos 60. E nem é preciso olhar para eles agora sentados nos BM's e Mercedes e elas encharcadas em drogas farmacêuticas.
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Sem Páginas #3
Título - La nausée
Autor - Jean-Paul Sartre
Edição - Gallimard - 2005
Porque as dimensões são externas, emanentes ao indivíduo mas descobrir a própria dimensão (abismal) que se esconde na vontade é o maior feito do homem. Um grau de libertação que se dissolve na consequência da percepção que a dor não é dor mas sim a nossa Dor.
Pessoalmente foi muito luminoso encontrar uma narrativa com tantos pontos de contacto com as minhas próprias experiências pessoais. A escrita do livro, o fantasma e posterior encontro com Anny, o sentir a náusea (vã vaidade), a beleza do espaço citadino e a apropriação do(s) outro(s) entraram por mim como uma torrente de energia. Mas sem sombra de dúvida o mais importante, o que definirá este livro para mim é um simples parágrafo:
"Et puis, aprés avoir bien fait l'imbécile, il a compris, il a ouvert les yeux, il a vu qu'il y avait maldonne: il était dans un bistrot, justement, devant un verre de bière tiède"
Porque sim, é mesmo aí que ele se encontra, onde nos encontramos todos os que resistem ao apelo da melodia "C'est comme moi qu'il faut être; il faut souffrir en mesure.".
Porque o passo que falta dar é a vontade de ser, de viver a náusea.
Porque uns anos depois da edição original do livro, Deus calou-se e o mundo perdeu-se no silêncio.
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sábado, novembro 19, 2005
Payback Time
Nesta próxima semana vou (espero bem) poder vingar-me daqueles pequenos momentos que gostávamos que nunca tivessem acontecido. Por mais equilibrado que pretenda ser, perante uma hipótese tão flagrante de vingança não há uma única alma que recue. E eu não sou excepção, sou uma alma qualquer.
Fruto daquele "saudável" feitio control freak que me caracteriza sofri nesse dia um rude golpe. De orgulho, de esperança no futuro e de sonhos idealizados. Sim, perdi tudo; apostei e perdi a mão que tinha e o resto do baralho. Mas os homens valem não por conseguirem ficar de pé, mas sim pelo modo como se levantam depois das quedas. E a que queda foi.
Sim porque não quero ser como aqueles de que o meu Tio dizia com desprezo: "Aquele fica sempre de pé!". Porque de ele, que já tombou sobre a terra ficará para sempre o cheiro da sua aguardente caseira.
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Greve de Pensamento
Ontem fiz Greve de Pensamento, não tive capacidade de escrever nada.
Estou a ficar relativamente doente fruto das consecutivas esperas pelos diversos transportes.
Mas também porque a leitura do "La Nausée", me está a deixar um bocado transtornado.
As melhoras para todos nós. Porque pior é difícil.
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quinta-feira, novembro 17, 2005
Musica do Dia
Karkow (Nadabrovitchka Mix) - Blasted Mechanism - MIX00 - 2000
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Geografia Efémera
Ao longo da nossa vida penetramos em novos espaços. Vivemos, viajamos, percorremos e habitamos espaços completamente diferentes. Precisamos de nos adaptar a essas pequenas especificidades que tornam esses diferentes espaços também parte da nossa vida. Transportes, pessoas, vistas, horários todo um conjunto alargado de factores externos que regulam a nossa existência. E de vez em quando, cortamos com esse espaço, que é automaticamente remetido para a memória, ou para o esquecimento. Esquecemo-nos das principais características, das motivações que nos levaram a esse espaço, guardamos algumas recordações.
Aquelas, que nos fazem querer lá voltar.
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quarta-feira, novembro 16, 2005
Parelhas Musicais
Long Black Veil - Dave Matthews Band - Listener Supported - 1999
- Johnny Cash - at Folson Prison - 1969
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Absolutos de Sonho
I am stretched on your grave
I am stretched on your grave
And will lie there forever
With your hands held in mine
I'd be sure we'd not sever
My apple tree my brightness
'Tis time we were together
For I smell of the earth
And am stained by the weather
When my family thinks
That I'm safe in my bed
From night until morning
I am stretched at your head
Calling out to the air
With tears both hot and wild
Oh I grieve for the girl
That I loved as a child
The priests and the friars
Behold me in dread
Because I still love you
My love and you're dead
I would still be your shelter
From rain and from storm
And with you in your cold grave
I cannot sleep warm
Dead can Dance
Porque as palavras não são eternas. Nem o sono é finalmente chegado. Mas será que poderemos encontrar quem fique junto de nós para nos guardar. Ou resta apenas a loucura da desilução.
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terça-feira, novembro 15, 2005
Distâncias de Medo
Tudo começou com as partidas. Quaisquer que sejam, definitivas ou temporárias.
Sempre me fascinou ir ao aeroporto e ser a ultima pessoa a vê-los partir. Quero entrar na memória das pessoas, beber um último café, saborear em conjunto o derradeiro ar poluido de Lisboa. Mas sempre dar o abraço que marca a despedida. Ou da chegada.
O problema são aquelas despedidas, mal feitas ou que ficam por fazer. Quando o tempo não dá para tudo dizer, tudo perceber, tudo fazer. Porque os horários não são feitos por nós e raras vezes estão afixados em monitores eletrónicos. Porque a nossa eletricidade é sangue.
Cria-se então uma nova geografia, onde existe uma nova dimensão (espaço) com características eminemtemente opressivas. Uma geografia em que os outros encontram-se longe de nós e começamos a encontrar outros referentes que nos aproximam dos que se afastaram. O afastamento é real, físico afecta aquela proximidade física que aquece um corpo humano no mais frio dia de Novembro. Porque é no abraço de reencontro em qualquer hall de chegada que nos fechamos no círculo da partida e da chegada em que desaparece a distância do medo de não nos vermos outra vez.
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sábado, novembro 12, 2005
O2
Passar os dias a ouvir uma rádio como a Oxigénio, passa por uma óbvia escolha de gosto. O panorama saturado das playlist da maior parte das rádios não permite outra aproximação. Talvez a Quinta dos Portugueses, que infelizmente não sei até que ponto poderá criar uma dinâmica musical minimamente interessante. Pelo menos de mais de dois programas.
Mas sim há muito mais música do que a que passa na Oxigénio, que também tem as suas playlist que por vezes não fazem muito sentido e se repetem. Mas fazer parte da geração MTV e nunca ter tido algo mais que o Top mais fez-me muito cínico em relação ao mainstream musical.
Abandonei qualquer expectativa de conseguir entrar em hypes musicais, prefiro esperar que se consolide algo mais do que fasquias como "5 milhões de albuns vendidos", porque será esse tempo passado que distingue uma Norah Jones de uma Cassandra Wilson; ou mais dentro do género uma Diana Krahl.
E tem sempre mais estilo ouvir 3 vezes ao dia "Dear Diary" da Róisín Murphy, do que um outro single mais manhoso. E a publicidade ao concerto dos "Black Eyed Peas" é excelente.
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You are Tater Tots. Go get your own!!
Which Napoleon Dynamite character are you?
brought to you by Quizilla
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sexta-feira, novembro 11, 2005
Individualizando
Começou hoje um lento e ainda desconhecido processo de individualização.
Cortar amarras com o passado (distante e próximo) perder vícios antigos e ganhar novos.
Novas convivências forçadas mas acima de tudo alargar bases de convívio.
Cada vez mais definir um ser que é não um que parece, mas mais díficil "être".
Um que age e não enuncia. "Que chuta com os dois pés" como diria o Gabriel Alves.
Aprender sempre e nunca esquecer o calor da minha outra casa, onde sou sempre bem-vindo.
Não me perder nos outros sempre apenas quando me apetecer.
Fazer um quadro com as minhas antigas radiografias e saber o nome dos meus ossos.
Poder olhar o espelho sem perder ou ganhar outras cores. Com e sem óculos.
Ouvir muita música e escrever pelo menos 120 páginas até 30 de Setembro.
Porque de boas intenções está o inferno cheio, mas sempre gostei das boas-aventuranças.
Para 2006 ser um ano mais libertador e quente, porque apesar de tudo sinto este um ano muito sofrido e gélido. Porque aprender custa sempre.
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quinta-feira, novembro 10, 2005
because I got it like that
Porque não vale a pena tentar mudar, quando percebemos que devíamos mudar. Já não conseguimos. Já somos nós e se nós sabemos que algo está errado, obviamente não conseguimos modificar. Porque senão não tinhamos "ficado" assim.
Como passamos a maior parte do tempo a queixar-nos que sofremos com os nossos erros talvez mostrasse alguma inteligência aprender a evitar a acumulação ao longo da vida desses wrongdoings. Mas não o mais provável é que o erro seguinte resulte simplesmente da nossa tentativa de tentar sofregâmente compensar ("in"conscientemente) o erro passado.
Porque aqui o que conta é a cronologia dos nossos erros feitos (daí a beleza da expressão inglesa), porque são esses factos que irão definir o futuro. O futuro que recorda o passado pelos erros cometidos e pelas acções não tomadas, que nos relembra cada vez que pelo passado vivido e sonhado viajamos o ser estúpido que somos. "24 anos a pedalar na Bosta" Manuel João Vieira dixit
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quarta-feira, novembro 09, 2005
Sem Páginas #2
Título - Complete Short Fiction
Autor - Oscar Wilde
Edição - Penguin Classics - 2003
Porque é preciso perceber quem somos no fim de um século para saber como reagimos depois do mundo não acabar. Estas pequenas estórias apresentam depois de uma excelente introdução um mundo muito especial. Nascido de um mente especial com traços pessoais muito característicos, entramos nos textos de cabeça.
Pequenas no tamanho são em si cada uma, novas realidades e espaços, apresentados na sua totalidade. Pequenos cenários cénicos, palcos de personagens cheias de dores e desespero mas acreditando e apresentando sempre um clímax (não raras vezes Deus ex machina).
É especialmente comovente toda a interpretação da figura de Cristo, sua colagem numa redenção final dos pecados, dos erros, dos enganos que guiam as personagens nestas estórias. O modo como Wilde constroi os palcos destas tragédias, numa mistura de influências culturais tão característica do final do século XIX marca talvez a mais forte marca do tempo nestes textos. Apesar de tudo a construção da narrativa não sucumbe perante uma fantasia demasiada forte, porque forte é a mensagem da morte a que se oferecem os melhores. Os que ficam nos textos.
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Dez anos para Hoje
Passaram dez anos desde que estreou "La Haine" de Mathieu Kassovitz. E nada mudou, raros são os filmes que descrevem a realidade de um modo tão denso. Sem muitos actores (são uma meia dúzia os que importam para a conclusão) consegue-se definir os principais ingredientes que levam os jovens (brancos, negros, árabes / cristãos, judeus e muçulmanos) dos súburbios franceses a procurar a rotura e a explodir no meio da sociedade. Ontem como Hoje.
Se a validade deste retrato magistral pode ser restringida á França do final do século XX, não encontramos para Portugal, uma obra cultural igualmente lúcida. O "Zona J" não conta.
Quando finalmente rebentar cá, não poderemos pegar num dvd e dizer: "está tudo lá".
Mas também ainda ninguém se preocupou em realmente ler as letras do dito "Hip-Hop Tuga", apesar de bastar ir a uma loja e gastar uns tostões. Rapidamente se percebe que não estamos perante um simples "copy-paste" do hip-hop americano e a segunda geração de músicos encontra-se num estado de desenvolvimento impressionante.
Sim porque ser capaz de escrever uma música como a "Vaca de Merda" não invalida por exemplo a verdadeira balada dos jovens sem habilitações em busca de um emprego "Nesse Dia".
Mas também é só música. Ou então não.
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terça-feira, novembro 08, 2005
Magic Post
Não, não é uma analogia ao Puff the Magic Dragon, apenas o meu humilde reconhecimento da extrema importância que foi atingir o post 69.
Desde o meu primeiro dia que sei que fui destinado para voos mais altos, qualquer que seja a posição em que me disponha. Porque a posição em que nos encontramos é o menos importante, o primordial é saber levar a língua a resolver o que fica por fazer. Porque quem tem boca, vai a Roma, mas o importante é o caminho que a boca nos ensina. Um bocadinho de trocadilhos para festejar.
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sábado, novembro 05, 2005
sexta-feira, novembro 04, 2005
Fardas Sociais
Talvez o único ponto menos positivo de todos os acontecimentos da semana passada foi a conclusão de que vivo num mundo de fardas. Não só aquelas que desde sempre aprendemos a reconhecer mas também todo o conjunto de standarts e senso comum que devemos ter ao vestir.
Os militares têm números para as fardas e regulamentos acerca da utilização em determinados momentos de cada conjunto de roupas. Os civis não. Deveria ser o bem-estar, o conforto e depois o senso comum a dominarem e não a ordem inversa. Mas não, fato escuro é com gravata e confusões do género, &c, &c.
Para quem como eu sempre rejeitou dentro das normas de civilidade, certo tipo de regras e comportamentos pré-definidos (só porque sim), foi um estranho choque perceber, que os outros repararam e se deram ao trabalho de notar. Eu não me dei a esse trabalho.
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quinta-feira, novembro 03, 2005
Parelhas Musicais
Love is Blindness - U2 - Achtung Baby - 1991
- Cassandra Wilson - New Moon Daughter - 1996
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