Sem Páginas #3
Título - La nausée
Autor - Jean-Paul Sartre
Edição - Gallimard - 2005
Porque as dimensões são externas, emanentes ao indivíduo mas descobrir a própria dimensão (abismal) que se esconde na vontade é o maior feito do homem. Um grau de libertação que se dissolve na consequência da percepção que a dor não é dor mas sim a nossa Dor.
Pessoalmente foi muito luminoso encontrar uma narrativa com tantos pontos de contacto com as minhas próprias experiências pessoais. A escrita do livro, o fantasma e posterior encontro com Anny, o sentir a náusea (vã vaidade), a beleza do espaço citadino e a apropriação do(s) outro(s) entraram por mim como uma torrente de energia. Mas sem sombra de dúvida o mais importante, o que definirá este livro para mim é um simples parágrafo:
"Et puis, aprés avoir bien fait l'imbécile, il a compris, il a ouvert les yeux, il a vu qu'il y avait maldonne: il était dans un bistrot, justement, devant un verre de bière tiède"
Porque sim, é mesmo aí que ele se encontra, onde nos encontramos todos os que resistem ao apelo da melodia "C'est comme moi qu'il faut être; il faut souffrir en mesure.".
Porque o passo que falta dar é a vontade de ser, de viver a náusea.
Porque uns anos depois da edição original do livro, Deus calou-se e o mundo perdeu-se no silêncio.
Etiquetas: Sem Páginas
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home