Distâncias de Medo
Tudo começou com as partidas. Quaisquer que sejam, definitivas ou temporárias.
Sempre me fascinou ir ao aeroporto e ser a ultima pessoa a vê-los partir. Quero entrar na memória das pessoas, beber um último café, saborear em conjunto o derradeiro ar poluido de Lisboa. Mas sempre dar o abraço que marca a despedida. Ou da chegada.
O problema são aquelas despedidas, mal feitas ou que ficam por fazer. Quando o tempo não dá para tudo dizer, tudo perceber, tudo fazer. Porque os horários não são feitos por nós e raras vezes estão afixados em monitores eletrónicos. Porque a nossa eletricidade é sangue.
Cria-se então uma nova geografia, onde existe uma nova dimensão (espaço) com características eminemtemente opressivas. Uma geografia em que os outros encontram-se longe de nós e começamos a encontrar outros referentes que nos aproximam dos que se afastaram. O afastamento é real, físico afecta aquela proximidade física que aquece um corpo humano no mais frio dia de Novembro. Porque é no abraço de reencontro em qualquer hall de chegada que nos fechamos no círculo da partida e da chegada em que desaparece a distância do medo de não nos vermos outra vez.
Etiquetas: pipo
2 Comments:
Começo agora a perceber a tua insistência em ires acompanharmo-nos ao aeroporto :p
Mais uns meses e vens fazer-nos companhia mais uma vez a um espaço que cada vez me fascina mais também...
vamos só no verão ou algo parecido...
obrigado
és o vencedor do primeiro comment deste blog. prémio é que não há. desculpa lá.
tenho mesmo pena de não virem cá mais cedo. tenho saudades das conversas infindáveis na vossa cozinha. um abraço grande
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