quarta-feira, novembro 29, 2006
Pecunia non olet
"Se a descrição das condições de trabalho mais alienantes e dos trabalhadores mais alienados soa frequentemente a falso - e, antes de mais, porque ela não permite que se compreenda que as coisas sejam e continuem a ser o que são - é porque, funcionando na lógica da quimera, ela não consegue explicar o acordo tácito estabelecido entre as condições de trabalho mais desumanas e os homens que estão preparados para as aceitar por terem condições de existência desumanas".
Pierre Bourdieu - O Poder Simbólico, p. 96
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terça-feira, novembro 28, 2006
Parelhas Harmónicas
Animal Farm - George Orwell - 1945
Animal in Man - Dead Prez - Let's Get Free - 2000
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Anacronismos
"O único partido razoável a tomar
neste século ridículo é o de rir de tudo"
Voltaire a D'Alembert, 21-V-1760
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segunda-feira, novembro 27, 2006
Parelhas Sonoras
La Haine - Mathieu Kassovitz (dir.) - 1995
Asian Dub Foundation - Enemy of the Enemy - 2003
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quinta-feira, novembro 23, 2006
in vacuo
A realidade existe. Apenas ainda não consegui encontrar uma (a minha) função. Matemática, utilitária, social, política ou económica. Será que o tempo não pode andar para a frente até ao dia da decisão? Os graus de urgência vão-se sobrepondo e os limites vão-se esticando como cordas de um ringue. Ainda não ouvi a contagem e a adrenalina enche-me as veias. Olho de frente as luvas que me defrontam e procuro a sobrevivência. A possível que presentemente essa chega-me.
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segunda-feira, novembro 20, 2006
Sem Páginas #30
Titulo - Money
Autor - Martin Amis
Edição - Penguin - 2000
A doce ilusão de viver com/sem dinheiro. A culpa de sentir que tudo se manipula, tudo se mexe com dinheiro, pessoas, status e o eu. A virtualidade do dinheiro e a ingeniunidade simples de deixar tudo escapar ou se calhar não havia mesmo escape nenhum. O perder tudo e mesmo assim avançar. Porque é possível viver com muito e com pouco, os limites são simplesmente os da dignidade humana, da sanidade mental e da repulsa social. Nenhum deles muito importante e claramente todos extremamente mutáveis e moldáveis às circunstancias. E eu vou continuando aqui, à espera da minha Tatcher, da minha austeridade e na inveja dos que luta pelo pouco que têm.
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Parelhas Musicais
Walk this Way - Run DMC feat. Aerosmith - Raising Hell - 1986
- Macy Gray - The Very Best of Macy Gray - 2004
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quinta-feira, novembro 16, 2006
Homo economicus
As ironias de estar a ler o Money (Martin Amis) e de estar desempregado numa das maiores crises socias deste jardim à beira mar plantado. E quem é que vai ser a Tatcher que põe isto na ordem? Tenho que ter cuidado com o que vou ler a seguir. E vem aí a gamebox. Paradoxos, que sem pão ainda se sobrevive mas o circo é mesmo indispensável.
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sexta-feira, novembro 10, 2006
non repetatur
O fascínio de recomeçar qualquer coisa que ainda nem percebi muito bem se chegou a ser interrompida. Ás vezes basta uma dose para nos curarmos. Ás vezes não. Mas o corpo vai-se adaptando. Um bocado como os nimed's e as dores de dentes. O SPM e o trifene. As rinites e os anti-histamínicos. E a droga vai começando a circular na corrente sanguínea alterando para sempre o equílibrio da nossa química. Que no meu caso já foi alvo de muitos ataques. E ainda está quinada.
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terça-feira, novembro 07, 2006
Volenti non fit injuria
Pois, a culpa é toda minha. Quem cala consente e não vale a pena berrar mais nada. Quem boa cama faz nela se deita e os lençóis estão frios. Quem semeia vento colhe tempestades e sinto-me levantado no ar. Mas não, a paciência não é sinónimo de baixar os braços e ainda tenho força para nadar contra a corrente. Até quando? Sempre, é um conceito tão vazio.
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