Descartes e o nosso erro
Gosto de errar, de ser provado que a realidade é exactamente oposta ás minhas convicções e certezas.
Gosto da noção que entre meia duzia de coisas o erro e o reconhecimento da sua inevitabilidade nos tornam totalmente humanos.
Há pouco tempo conseguiram perverter a minha lógica maníaca de cristalizar a imagem que tenho das mulheres com quem tive relações. Na minha infínita sabedoria, esqueci-me que a outra pessoa por mais morta que possa estar para mim, continua a respirar, a pensar, a recordar e quem sabe a lembrar algo que me esforcei por esquecer.
Não será o erro que me seduz, mas sim a sua possibilidade omnipresente. O nosso agir é sempre dominado pela possibilidade de falhar, de não verificar todas as variáveis, de por uma mudança nas estrelas o mundo deixar de ser o que foi desenhado por nós dentro de cada um.
Porque como os Radiohead verbalizam na pureza da voz do vocalista: I Might be Wrong...
Quem sabe se não estou. Devo mesmo estar.
Etiquetas: pipo
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